Influenzanet is a system to monitor the activity of influenza-like-illness (ILI) with the aid of volunteers via the internet
Nesta página expõe-se uma breve análise dos dados resultantes da monitorização da gripe, entre os participantes gripenet, durante a época 2007/2008.
Após 25 semanas de monitorização Gripenet, onde foram tratados cerca de 35 mil questionários de sintomas, a curva de incidência gripal foi a que abaixo se mostra.
Os vírus influenza que causam mais morbilidade entre humanos são os tipos A e B. O vírus A apresenta, ao longo do tempo, níveis de diversidade mais elevados, variando mais de ano para ano. As epidemias sazonais, que conhecemos tão bem, podem ser causadas pelos dois tipos, mas geralmente o influenza tipo A predomina. Porém, como diz o ditado, “não há regra sem exceção” e por vezes predomina o vírus B. Durante o Inverno 2007/8, o vírus B revelou-se em abundância excecionalmente elevada relativamente ao total de casos de gripe.
A reduzida diversidade do vírus B garante uma certa resistência nas pessoas que, tendo sido expostas em anos anteriores, tenham adquirido imunidade. Assim, os mais promissórios alvos para o influenza B são as crianças, que estão a encontrar o vírus pela primeira vez. Curiosamente, no ano 2007/8, devido à predominância de vírus tipo B, deu-se uma situação inédita desde o início da monitorização Gripenet: o sistema não detetou qualquer sinal de epidemia, enquanto que o Centro Nacional da Gripe (na altura, o Laboratório de Referência da Organização Mundial de Saúde para a Gripe em Portugal) reportou uma pequena epidemia (Gráfico 1).
Gráfico 1 – O comportamento dos dois sistemas
Esta divergência pode ser devida à diferença entre as distribuições etárias captadas pelos dois sistemas. A faixa etária até aos 16 anos participou pouco no Gripenet (Gráfico 2) que, por isso não podia detetar uma epidemia incidente essencialmente em crianças.
Gráfico 2 – Distribuição etária da amostra Gripenet 2007/8
A mesma divergência verificou-se no sistema Gripenet da Bélgica, quando comparado com a vigilância oficial, baseada em médicos sentinela e urgências hospitalares (Gráfico 3).
Gráfico 3 - O comportamento dos dois sistemas, na Bélgica
Já na Holanda, o Gripenet detetou uma pequena epidemia, o que é consistente com a observação de que o vírus B foi menos abundante naquele país (Gráfico 4).
Gráfico 4 – Holanda, onde o vírus predominante foi o influenza A