Cientistas chineses quiseram saber como o H7N9 (um vírus da gripe aviária) se comportava em porcos (um outro importante reservatório de vírus Influenza, onde vírus aviários e humanos se costumam 'reinventar'). As conclusões foram publicadas na revista Virology, numa ‘brief communication’ intitulada ‘Rapid adaptation of avian H7N9 virus in pigs’. E não são animadoras.
Como o vírus da gripe aviária H7N9 ganhou uma habilidade distinta para infectar os seres humanos não está ainda claro. Os porcos são um hospedeiro importante na ecologia do vírus da gripe, porque são susceptíveis à infecção com vírus quer da gripe aviária quer humana e estão frequentemente envolvidos na transmissão entre espécies (são uma espécie de ‘misturador’). Foi o que aconteceu em 2009, com a célebre gripe A (H1N1), que ficou conhecida como ‘suína’.
Agora, os investigadores inocularam, em porcos, um vírus isolado de gripe aviária (H7N9) e um vírus isolado de gripe humana para examinar a adaptação do mamífero hospedeiro ao H7N9. O vírus da gripe aviária replicou-se de forma acentuada após apenas uma ‘passagem’, enquanto o vírus da gripe humana replicou-se mal, mesmo depois de três ‘passagens’ pelos pulmões dos suínos. Na análise de sequência encontraram nove substituições nos segmentos HA, NA, M e NS do vírus aviário, o que aumentou a afinidade de ligação para receptores do tipo humano. Estes resultados indicam que o vírus da gripe aviária H7N9 pode-se adaptar facilmente a suínos, que, por sua vez, podem actuar como um hospedeiro intermediário importante para o rearranjo e a transmissão de vírus novos.
20 de February de 2014 às 15:15